08. MIO UNIVERSO

CAPÍTULO OITO
meu universo

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FORAM NOITES MUITO tranquilas na cidade velha de Volterra, foram especiais e quase mágicas. As pessoas dormiam e os vampiros podiam sair de seus esconderijos para vagar pela cidade. Demetri Volturi preferia ficar no castelo em noites como essa, o vampiro olhou para cima - cansado de ver a Toscana - e notou o céu noturno acima de sua cabeça.

O vampiro ansiava por noites tranquilas onde as estrelas fossem sua única companhia, era fácil para ele se perder em seus sons e muitas vezes chamava isso de sinfonia do universo.

Um pequeno sorriso apareceu em seus lábios no momento em que ouviu os passos pequenos e apressados ​​de Meredith entrando no quarto. Já faz muito tempo que, por ordem de Caius, os guardas precisavam ter quartos próximos ao dela para poder vigiá-la em todos os momentos - Meredith foi quem pareceu fascinada com a ideia.

— Você já não deveria estar dormindo, princesa? — ele perguntou, virando-se para ver a garotinha de pijama.

Meredith encolheu os ombros.

— Você já escovou os dentes? — ele perguntou novamente e ela rapidamente mostrou a ele as fileiras de pequenos dentes que estavam brilhando. Demetri fingiu inspecionar e no final simplesmente fez um movimento sutil com a cabeça.

— O que você está fazendo, Demeti? — ela perguntou curiosa, o vampiro sorri.

— Eu estou olhando as estrelas.

— Eu também olho para estelas. Eu as vejo todas as noites. — ela exclamou com um sorriso animado. Meredith tinha uma grande coleção de estrelas que estavam coladas em seu teto e que iluminavam à noite.

Demetri ri suavemente antes de se agachar até sua altura.

— Estou falando das estrelas do céu, principessa... — ele esclareceu docemente antes de tomá-la nos braços e sentá-la na varanda do quarto, usando os braços em volta do corpo dela para apoiá-la. — Vê todos aqueles pontinhos brilhantes no céu?

Meredith assentiu.

— As estrelas e as constelações são a voz e a linguagem do universo. — explica com uma voz que denota seu fascínio pelo assunto, o vampiro apoia o queixo na cabeça da menina enquanto os dois olham para o céu. — Embora seja mais uma metáfora poética que reflete o fascínio e o mistério que cercam as estrelas no céu noturno.

— O que é uma metafowa?

Demetri ri suavemente.

— Às vezes, quando queremos descrever algo, usamos palavras que têm um significado diferente, mas que nos ajudam a entender melhor o que queremos dizer. Isso se chama "metáfora". É como quando dizemos "as estrelas são a linguagem do universo". — ele explica pacientemente, sentindo como a pequena Meredith coloca suas mãozinhas nas dele. — O que quero dizer, Mer, é que as estrelas não falam como nós, mas, ao dizer dessa forma, nos ajuda a imaginar o quão especial as estrelas são, elas têm sido objetos de estudo e admiração há milênios.

Meredith abriu seus pequenos olhos. Como algo pequeno poderia ser tão maravilhoso?

— Você consegue ver aquelas sete estrelas à distância? — ele perguntou e ela balançou a cabeça, ele deveria ter pensado melhor porque sua visão aprimorada não era como a dela.

Demetri a leva da varanda para o chão enquanto ele se move pela sala em busca de um objeto estranho que Meredith nunca viu em sua vida. Não demorou muito para o vampiro instalar a lente grande e colocar a estrutura no chão.

— Este é um telescópio, serve para observar estrelas, planetas, galáxias e outros corpos celestes. — explicou com um pequeno sorriso, inclinando-se para a pequena lente, moveu o objeto apenas uma vez antes de focar no que queria ver.

O vampiro gentilmente pegou o braço de Meredith para movê-la para onde ele estava, os olhos curiosos de Meredith não conseguiam acreditar no que estava diante dela.

— Você consegue vê-los? Eles estão agrupados e formam um V no céu.

Meredith assentiu.

— Essa é a constelação das Plêiades, também conhecida como "As Sete Irmãs", é uma das constelações mais brilhantes do céu noturno. É composta por um grupo de estrelas relativamente brilhantes.

— É como algodão doce estwellas! — ela exclamou animadamente, olhando para o vampiro que parecia emocionado com a comparação e a emoção na voz da menina.

— Há muitas histórias contadas ao longo dos séculos sobre as Plêiades.

Então Meredith se acomodou melhor no banquinho e seus lindos olhos azuis safira focaram no vampiro esperando que ele contasse a história. Demetri ri suavemente e se inclina para trás para ficar mais confortável.

Na Grécia antiga, havia um Titã chamado Atlas, que foi encarregado de segurar o mundo sobre seus ombros como punição por seu papel na Titanomaquia, a guerra entre os Titãs e os deuses do Olimpo. Enquanto carregava esse peso imenso, Atlas viveu em o extremo ocidental do mundo, nas montanhas do Atlas, no norte da África.

Um dia, quando Atlas estava no jardim das Hespérides, as ninfas que cuidavam da árvore das maçãs douradas, ele viu as belas Plêiades. Entre as sete irmãs, uma delas, Pléyone, conquistou o coração de Atlas com sua graça e charme. Atraído por sua beleza, Atlas se apaixonou profundamente por Pléyone e decidiu cortejá-la.

Pléyone também se sentiu atraída pelo titã e aceitou seu amor. Juntos, eles viveram uma história de amor apaixonada e duradoura. Como sinal de sua devoção, Atlas transformou Pléyone em uma constelação e a colocou no céu, junto com suas irmãs, as Plêiades.

— Foi graças a ele que as Plêiades são conhecidas como as estrelas da fortuna. — ressalta sem conseguir deixar de sorrir daquele jeito diante da garota que parecia fascinada com qualquer coisa que ele pudesse dizer. — Embora existam muitas versões da história, o final simboliza a conexão entre os titãs, as estrelas e a beleza eterna na mitologia grega, e mostra como mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras, o amor pode florescer e perdurar nos corações dos deuses e igualmente mortais.

Os olhinhos de Meredith pareciam brilhar, era como se ela tivesse as estrelas mais brilhantes e lindas dentro dos olhos, talvez fosse esse o caso.

Demetri poderia passar todas as noites de sua imortalidade falando sobre o céu noturno e Meredith sempre o ouviria.

Demeti? — ela chamou, olhando para o vampiro que mais uma vez estava perdido no brilho das estrelas. Ele se virou para olhar para ela. — Você sabe quantas estelas existem?

O vampiro levanta ambas as sobrancelhas antes de olhar para ela, ele havia se sentado e ela estava encostada em seu peito admirando o céu.

— Ninguém jamais foi capaz de contar todas as estrelas do universo, principessa. São muitas, alguns dizem que talvez existam pelo menos 100 milhões delas. E talvez mais 100 milhões em cada galáxia do universo. — explicou.

A pequena Meredith pareceu surpresa, se havia tantos deles, então por que havia tão poucos no céu à sua frente? Ela levaria muitas noites para poder contar cada pontinho no escuro céu noturno.

E tudo ficou em silêncio, Meredith conseguia entender porque Demetri se sentia tão fascinado pelas estrelas, certamente ela estava começando a sentir isso também. Logo os braços de Demetri se afrouxaram ao redor dela e a pequena Meredith percebeu que o vampiro havia adormecido na cadeira da varanda. Com pouca discrição ela saiu do colo e entrou no quarto do rastreador, pegando o cobertor vermelho escuro que estava ao pé da cama.
Meredith não parecia desanimada ao arrastar o cobertor pelo chão, afinal ela só conseguiu levantá-lo para cobrir mal o vampiro que não sabia da menininha que agora o abrigava.

Ela ficou na ponta dos pés alcançando a bochecha do vampiro que agora parecia completamente reclinado na cadeira, ela deixou um pequeno beijo em sua pele murmurando um baixo "boa noite" antes de se afastar.

Foi quando Meredith soube que não estava sozinha, Athenodora a olhava docemente da moldura da parede, a garotinha ergueu o dedo indicador e colocou-o contra os lábios para pedir que ela não fizesse barulho. A rainha observa o vampiro se acomodar na cadeira e puxar o cobertor com o qual Meredith tentou cobri-lo. Athenodora estende a mão para a garota e as duas saem da sala do rastreador.

[...]

Caius Volturi não sabia como lidar com uma criança, especialmente uma tão frágil como Meredith era, e depois que sua esposa lhe pediu para passar um tempo com a garota em algum lugar que não fosse seu estudo, ele não teve escolha a não ser concordar. A menina ficava impressionada com as cores das flores do jardim, saía pelo menos uma vez por dia e mantinha sempre uma expressão de surpresa e espanto ao vê-las. Caius certamente não entendia o fascínio por algo que via todos os dias a qualquer hora, ele presumia que fazia parte de ser criança.

Sempre um dos guardas ficava por perto caso o rei perdesse a paciência com a garota, dessa vez era a vez de Alec observar de longe. Caius ainda não suportava as demonstrações de carinho da menina e toda vez que ela tentava pegar a mão dele - como fazia com todos - ele a afastava ou colocava a mão no bolso do casaco.

Meredith naquele dia estava contando a ele sobre os acontecimentos que aconteceram naquela noite e como Demetri lhe ensinou os nomes das constelações e suas histórias. O rei esquece por um momento sua fachada dura e ouve as palavras da garotinha, ele assim como seus irmãos eram apaixonados por história e o fato de Meredith ser fascinada por ela foi um plus para ele gostar um pouco mais da garota.

Enquanto caminhavam, Meredith não percebeu a irregularidade do caminho e acabou tropeçando nas pedras, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Alec do outro lado do jardim se aproxima rapidamente mas Caius o impede levantando a mão.

— Levante-se. — ordena o rei com voz calma. Meredith olhou para ele com olhos marejados. — Você pode fazer isso sozinha, levante-se.

A menina fungou o nariz, o rei não iria ajudá-la e ela sabia disso perfeitamente. Caius nunca hesitou em mudar de ideia e seu olhar parecia dizer a Meredith para não esperar por isso. Ambos os vampiros a viram apoiar-se nas mãos antes de levantar os quadris e se levantar, não havia sangue embora seu joelho e as palmas das mãos estivessem um pouco vermelhas.

— Dói alguma coisa? — ele perguntou, ela negou pegando o lenço que Alec havia lhe oferecido para enxugar as lágrimas e o nariz. — Vamos continuar?

Meredith assentiu.

Se havia uma coisa que Caius desaprovava era a fraqueza humana, e quando seus guardas mostraram isso para Meredith, ele ficou furioso. A garotinha estava muito frágil, se ela já sabia disso e todos no castelo não hesitavam em correr em sua direção caso a ouvissem chorar, Caius não queria que Meredith ficasse dependente da ajuda de outras pessoas e muito menos ficasse chorando no chão. Se algo acontecesse com ele, Caius não queria que ele fosse fraco, ele queria que se levantasse depois de um golpe e aprendesse com isso, só assim ele sobreviveria neste mundo, ele pensou antes de sentir como o a garotinha conseguiu segurar a mão dele - não desta vez. Ele a empurrou e os dois continuaram com a passear pelo jardim.

[...]

Meredith aprendeu em Volterra muito do que os Cullen uma vez tentaram protegê-la, mesmo que ela não conseguisse entender completamente. A vida com os Volturi era significativamente diferente da dos Cullen, meses se passaram desde a chegada deles em Volterra e os vampiros consideraram como uma conquista pessoal que a pequena Meredith parou de perguntar sobre seus pais todos os dias, às vezes eles se perguntavam se ela ainda poderia lembrar-se deles.

Era verdade? Meredith conseguiu esquecer os Cullen? Ela só sabia que quando estava com medo foi procurar sua mãe, não viu nada de estranho quando a linda mulher de sorriso radiante e cabelos loiros ia ao seu encontro para fazê-la esquecer seus pesadelos com doces melodias que ela cantava para ela até que ela pudesse pensar em outra coisa. A mulher de olhos escarlates sempre esteve lá? Ela não tinha certeza, mas era assim.

Quando Caius e Meredith entraram na torre de Atenodora, a mulher desviou o olhar de sua costura.

— MAMÃE! — Meredith gritou em voz alta, soltando a mão de Caius para ir ao encontro da vampira loira.

A rainha deixou cair os ganchos e o novelo de lã no chão ao ouvir as palavras da menina. Por um momento ela ficou presa sem saber o que fazer, seus olhos estavam cobertos por uma camada de lágrimas que nunca sairia e ela se levantou rapidamente para ir ao encontro da garota, pegando-a nos braços e apertando-a suavemente contra seu peito.

Seus olhos encontraram os do marido. Ela ouviu corretamente? Ele assentiu, tinha sido real.

— Oh meu lindo anjo! — a rainha exclamou feliz, deixando um beijo em sua têmpora. — Você se divertiu em sua caminhada?

Meredith assentiu com a cabeça, passando os braços em volta do pescoço dela, Athenodora parecia não acreditar que tinha acontecido, mas aconteceu. Ambas se sentaram e Athenodora ouviu pacientemente cada parte de sua caminhada, incluindo sua queda e como ela se levantou sozinha.

O amor era o mesmo, até o frio de sua pele não havia mudado. Agora o rosto que ela viu pela primeira vez ao abrir os olhos naquela noite fria ganhou forma, sempre esteve lá, era ela, ela era sua mãe. Certo? Tinha que ser, afinal a mulher a amava, cuidava dela e a protegia, ela sempre a via com aquele brilho e aquele sorriso doce nos lábios, ela sempre tinha os abraços mais calorosos e Meredith por algum motivo já estava acostumada com o frio de sua pele.

Agora, todas as noites Meredith olhava para as estrelas e pensava em tudo ao seu redor, ela não poderia estar mais feliz. E quando Demetri não conseguiu ensiná-la sobre constelações, Athenodora o fez, afinal a rainha também adorava ver as estrelas, e quando Meredith estava perto de seu peito ela disse que tinha a mais linda das estrelas em seus braços, a pequena Meredith era parte dela.

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